Citroën C4 Picasso vem bem equipada, mas bebe bem

Qualidades dinâmicas e de conteúdo pesam a favor da nova geração de minivans médias da marca francesa

- Que veículo atual oferece para-brisa panorâmico, pacote completo de itens de série e ótimo espaço interno por R$ 83,3 mil? Que nós conheçamos, só a Citroën C4 Picasso, que chega ao luxo de oferecer ar-condicionado quadrizone. Tudo bem que é opcional (o único, a R$ 1.500), mas esse é um elemento que apenas carros de altíssimo luxo, como o novo Porsche Panamera, ousam oferecer a seus felizes ocupantes. O porém, no caso da minivan, é seu alto consumo de combustível, uma ressalva que não chega a tirar o brilho da C4 Picasso.

Indo direto para a parte ruim, pegamos a C4 Picasso de tanque cheio e rodamos quase até ele ficar completamente vazio. Colocamos 53,3 l no tanque, o que dá uma média bastante alta, mesmo para um carro com motor 2-litros e câmbio automático: 3,9 km/l.

Em defesa da minivan, pode-se dizer que ela rodou o tempo todo com seu ar-condicionado de quatro zonas ligado. Só para deixar claro o que isso significa, motorista, passageiro e os passageiros do lado direito e esquerdo do banco traseiro têm regulagens individuais de temperatura e velocidade.

Ela também não andou de modo suave, até pela disposição que seu motor 2-litros demonstra e por seu bom casamento com o câmbio manual de quatro marchas. Outro agravante, esse ainda pior do que os outros, foi o trânsito de São Paulo, suficiente para esgotar o tanque e a paciência de qualquer um.

Diz um ditado popular que cavalo que anda, bebe. E a C4 Picasso, apesar de não ser cavalo, tem muitos deles sob o capô. E todos os 143 cv atendem aos comandos do acelerador de forma vigorosa, ainda que dócil. A preocupação deles em agradar é tanta que eles realmente chegam lá.

Não há uma situação em que o câmbio automático de quatro marchas do C4 Picasso tenha feito feio. As trocas de marchas são ágeis, sem trancos ou delongas.