"Algumas pessoas sugeriram que eu deveria ter sido punido pela FIA,
mas na realidade, ninguém foi mais punido do que eu", declarou
Nelsinho ao The Times.
"Estou no início da minha carreira, ao contrário dos outros que foram
punidos neste caso. Terei de superar muitos obstáculos. De certa
maneira, tenho de começar minha carreira do zero na Fórmula 1 ou
me justificar em qualquer categoria onde eu possa correr".
Piquet disse que sua batida planejada para beneficiar a estratégia
do companheiro Fernando Alonso foi elaborado pouco antes da
corrida, e alegou que não teve tempo para pensar no que estava
fazendo e que estava sob pressão para manter sua vaga na equipe.
"Tudo aconteceu muito rapidamente, preciso confessar que eu
nunca poderia ter imaginado as consequências. Estava em posição
difícil na época, e a renegociação do meu contrato estava em jogo
se eu não aceitasse a estratégia. Fui pego de surpresa pelo pedido
das duas pessoas mais importantes da equipe - e um deles era meu
empresário".
"O plano da batida só foi elaborado algumas horas antes da prova,
não tive tempo para pensar com clareza. Se a proposta tivesse sido
feita durante os treinos livres, eu teria tido mais tempo para pensar
e agir de outra maneira".
Piquet sugeriu que se seu pai estivesse no GP de Cingapura, a
decisão não teria sido tomada, e que Nelson avisou a FIA pela
primeira vez sobre o ocorrido na última etapa da temporada 2008.
"Acredito que o plano não teria sido feito", disse ele. "Depois disso,
meu pai começou a ir a todas as corridas".
"A primeira confissão foi feita à FIA pelo meu pai durante o GP
do Brasil de 2008. Na primeira metade de 2009, mei pai e eu
falamos com outras pessoas sobre o assunto. Porém, a formalização
das alegações só ocorreu mais tarde. Era uma acusação muito séria,
e por essa razão, tivemos de ter bastante cuidado e dar passos
cautelosos".
Ele negou que teria usado a ameaça de envolver a Renault na
tentativa de manter sua vaga na equipe. "Alguns sugeriram que
eu estava fazendo chantagem com a Renault para dar sequência
à minha carreira, mas a situação estava mais complicada já há
muito tempo".
"A cada corrida, era sempre a mesma história de ameaçar cancelar
o meu contrato ou a renovação para a próxima temporada. Fiz a
alegação para que nenhum outro piloto passasse pelo que eu
passei, e mais importante, a fim de que todo o episódio fosse
esclarecido da maneira que foi".
Piquet também alegou que foi vítima da frustração de Briatore
pelo fato da equipe não ter conseguido retornar à sua forma
vencedora de 2005 e 2006, mas afirmou que, até onde sabe,
Alonso não fez parte do plano.
"Como resultado da falta de competitividade da Renault, Briatore
canalizou toda a sua insatisfação em mim. Ele preferia descontar
em mim durante o período em que estive na Fórmula 1. Nunca vi
outro estreante ser tão pressionado quanto eu fui. A pressão por
resultados é normal, mas o assédio mental é outra história".
"Alonso não participou da reunião quando a idéia de uma batida
foi desenvolvida. Se ele conhecia ou não o plano, é um detalhe
que não sei"
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